Oeste ganha importantes posições no PIB baiano e sul `some`

Região em franco desenvolvimento deixa o sul pra trás
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Em 2011, Salvador lidera o ranking e correponde a 24,3% do PIB estadual, principalmente por sua característica de capital do Estado e forte polo de serviços. Em seguida estão os municípios de Camaçari (7,7%), Feira de Santana (5,2%), Candeias (2,9%) e Simões Filho (2,7%). Os municípios baianos com maior expressão em 2011 são aqueles ligados ao agronegócio, principalmente os localizados na Região Oeste. Destaque nacional para o município de São Desidério, maior produtor de algodão herbácio do país, responsável por 14% da produção nacional e 45,1% da produção baiana. Isso o levou à 1ª colocação, com R$ 832,8 milhões.

Praticamente todos os municípios da região Oeste ganharam posições no PIB e aumentaram sua participação na economia baiana. Ressalta-se ainda Formosa do Rio Preto, que sai da 33ª posição e vai para a 26ª, ganhando assim 7 posições em 2011, com uma variação nominal de 54%. Os destaques negativos ficam por conta dos municípios ligados à indústria de transformação, com especial destaque ao refino de petróleo que apresentou um baixo desempenho em 2011. Entre esses municípios, os impactos foram mais duramente percebidos em São Francisco do Conde que perde 4 posições no ranking do PIB baiano, deixando de ser o 3º maior PIB do estado para ser o 7º colocado.

Camaçari também sofre os impactos da redução de importância da indústria de transformação no PIB do estado. Não perde a 2ª posição no ranking do PIB baiano, mas diminui em aproximadamente 1 ponto percentual sua participação na economia baiana, saindo de 8,6% em 2010 para 7,7% do PIB da Bahia em 2011. É importante mencionar também a elevação registrada em Feira de Santana, que se transformou no 3º maior PIB da Bahia, com ganho de 0,4 pontos percentuais em relação ao ano de 2010, saindo de uma participação de 4,8% para 5,2%.

As cinco maiores economias municipais, pelo ótica do PIB, respondem por 42,6% da atividade econômica da Bahia. Uma exceção entre os estados do Norte e Nordeste, onde, na maioria dos estados, os cinco maiores PIB municipais concentravam mais do que 50% do PIB estadual. As exceções foram Tocantins e Bahia, com 46,1% e 42,6%, respectivamente.

A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) divulga o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios baianos para o ano de 2011, como resultado do seu trabalho em rede realizado em parceria com o IBGE e os diversos Órgãos de Estatística e Planejamento do País, permitindo também a comparabilidade do PIB dos municípios baianos com dos demais Estados.

No ranking nacional, Salvador perde posição para Osasco - Apesar da capital baiana ganhar participação na economia estadual, saindo de 23,6% em 2010, para 24,3% em 2011, nacionalmente Salvador perde participação, motivada pelo crescimento mais elevado do dinamismo de municípios como Osasco, Campinas e Guarulhos. Em 2010, o PIB de Salvador correspondia a 0,96% da economia nacional e passou para 0,93% em 2011, fazendo o município perder uma posição, para Osasco, saindo da 11ª para a 12ª colocação no ranking.

ANÁLISE DOS SETORES 

Serviços

O setor de serviços corresponde a 67% de toda riqueza produzida no estado. Em 2011, salvador se manteve como o principal município na geração de valor, com participação de 29,2 %, a despeito de ter apresentado uma pequena queda de participação. Feira de Santana com 5,6% destaca-se na atividade comercial e a produção de serviços de apoio à atividade industrial. Camaçari (3,7%) tem destaque, sobretudo, nos serviços relacionados à atividade industrial, além de serviços bancários e comércio. Vitória da Conquista com participação de 2,8% destacou-se pelo desempenho positivo em praticamente todos segmentos do setor, particularmente a prestação de serviços às famílias e às empresas, serviços educacionais e de saúde. Finalmente, São Francisco do Conde com 2,8%, teve queda na participação por conta, principalmente, da retração no segmento de transporte, serviços prestados às empresas e famílias.

Indústria 

O setor Industrial é o segundo de maior peso na economia baiana, responde por 26%. É caracterizado pelo alto grau de concentração econômica, com a contribuição de apenas cinco municípios, a maioria pertencente a Região Metropolitana de Salvador. O Valor Adicionado desses municípios alcança quase metade da riqueza gerada pelo total do setor na Bahia (46,5%). 

Camaçari, com contribuição de 18,2%, teve perda de participação no PIB total decorrente da retração no seguimento da transformação. Apesar da perda continuou como o principal município nesse setor. Salvador, com 14,9%, registrou crescimento na participação motivado pelos Serviços Industriais de Utilidade Pública e pela construção civil, em função do bom momento do mercado imobiliário daquela época.

Na sequência aparece Feira de Santana com 4,9%, onde se localiza o Centro Industrial de Subaé. Paulo Afonso é o quarto mais importante com 4,4% e tem a economia industrial fortemente influenciada pela presença de quatro usinas da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF). Por fim Dias d` Ávila com 4,04%, que apresentou aumento na sua participação, principalmente na indústria de transformação.

Agropecuária

O setor Agropecuário tem na região Oeste os seus representantes de maior expressão. Os cinco principais municípios agrícolas do Estado estão situados nessa região, que garantiu o bom desempenho da safra de grãos, sobretudo na produção de soja. Essa região concentra um dos mais promissores e modernos pólos agroindustriais do Estado. 

Dentre os municípios, São Desidério é o principal representante. Em 2011 manteve a primeira posição no ranking estadual da agropecuária, com participação de 8,0%; além disso, em termos nacionais, o município é o que possui o primeiro maior valor adicionado na agricultura. Em seguida estão os municípios de Formosa do Rio Preto com 4,5%, Barreiras com 3,9%, Luis Eduardo Magalhães com 3% e por fim o município de Correntina com 2,6% de participação de VA da agropecuária do Estado.

TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE 

A nova regionalização adotada pelo Estado, reagrupa os municípios segundo novos critérios e tipologias, reestruturando-os por Territórios de Identidade. Ela permite a visualização do nível de concentração das atividades econômicas dentro do Estado, no citado recorte. Nesse sentido, vê-se a elevada participação da Região Metropolitana de Salvador com uma representatividade superior a 40%. Já o Território Bacia do Paramirim é o que possui menor participação na estrutura do PIB estadual com apenas 0,4% do total de riquezas.